Agricultores do Rio buscam apoio de autoridades para aderirem à Rastreabilidade Vegetal

FOTO RASTREABILIDADE

A União das Associações e Cooperativas de Pequenos Produtores Rurais do Estado do Rio de Janeiro (UNACOOP) promoveu palestras sobre Rastreabilidade Vegetal, em novembro deste ano, em Itaocara e Nova Friburgo. Os eventos trataram sobre a Instrução Normativa nº 02, de 07 de fevereiro de 2018, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

O evento reuniu, nos dois municípios, cerca de 500 participantes, dentre agricultores, técnicos e autoridades. “Ao final do evento, recebi ligações de outros municípios do Rio de Janeiro, demostrando interesse em levar a palestra para suas cidades. A previsão é apresentar a palestra no começo do ano que vem, inicialmente, em São José de Ubá, Campos, São Francisco, São João da Barra e Paracambi, antecipou Margarete Teixeira, gerente geral da UNACOOP, enfatizando que outros eventos serão possíveis com muita união e apoio de parceiros.

Após observar questionamentos e posicionamentos durante as palestras, Margarete concluiu que há interesse, por parte dos agricultores familiares, em aderir à rastreabilidade vegetal, mas que o governo deve oferecer condições para que isso aconteça dentro da legalidade, com o mínimo possível de ônus e de dificuldades para os produtores. “O primeiro passo para a nova regra seja colocada em prática é termos a oferta de meios para que o processo aconteça”, afirmou Margarete Teixeira.

De acordo com o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, o estado do Rio de Janeiro possui 65.224 agricultores, sendo que, deste total, 67% são agricultores familiares; dentre estes, Leomir da Silva Correia. Ele é agricultor familiar de Nova Friburgo e ressaltou que a rastreabilidade vegetal tem seu lado bom, mas que o pequeno produtor tem e terá muita dificuldade em aderir à rastreabilidade vegetal. “A maior parte dos agricultores familiares não entende muito de tecnologia e terminaremos tendo custos para nos adequarmos à essa Instrução Normativa, se não derem condições para segui-la; sendo que nossos produtos já têm um preço abaixo do valor de mercado”.

Já o extensionista da Emater e presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Janela das Andorinhas, no distrito de Rio Grande (Nova Friburgo), Ocimar Alves Teixeira, parabenizou a UNACOOP pela iniciativa de promover a palestra e pelo método de explicação do palestrante do MAPA, Yoshio Fugita. Ocimar também falou sobre o próximo passo. “Após participar da palestra sobre rastreabilidade vegetal é hora de multiplicar tudo o que foi aprendido e contribuir, da melhor forma, para que outros agricultores familiares fiquem por dentro deste tema e tirem todas as suas dúvidas conosco, com a finalidade de comercializar seus produtos seguindo as novas orientações”.

Técnicos da UNACOOP, PESAGRO, Defesa Sanitária, Vigilância Sanitária, da EMATER em conjunto, estão elaborando um relatório de produtos ainda sem registro no estado do Rio de Janeiro. O documento será levado à Brasília por uma comissão. “Iremos à Brasília pedir o apoio dos deputados para que nos ajudem a conseguir uma agenda com a ministra da agricultura, Tereza Cristina, e possamos tratar com ela sobre os gargalos desta Instrução Normativa. Um dos principais pontos que a serem tratados é a falta de recomendações técnicas sobre alguns produtos, a exemplo do quiabo, hortaliças, dentre tantos outros”.

Outros quesitos a serem conversados com as autoridades é a solicitação da criação de um aplicativo gratuito onde o agricultor possa se cadastrar e emitir o selo da rastreabilidade e também de uma cartilha com linguagem de fácil compreensão ensinando o passo a passo sobre a adesão dessa Instrução Normativa.

 

 

 

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