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No Brasil, a agricultura familiar tem participação significativa na produção dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros. Dados do último Censo Agropecuário, realizado em 2017, apontam que 70% dos alimentos consumidos são oriundos da produção familiar.
Regiane Silva do Espírito Santo é filha de produtor rural e Coordenadora de Agricultura na Secretaria de Agricultura e Pesca de Mangaratiba, além de presidente da Associação dos Produtores Rurais Unidos e Assentados da Fazenda Batatal, no mesmo município. Desde muito nova tem a produção familiar na sua vida. Experiência herdada de seu pai, agricultor de longa trajetória.
A Associação dos Produtores Rurais e Assentados da Fazenda Batatal foi criada em 1996 a partir da doação de 24 lotes feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para produtores que já residiam naquela localidade. Por falta de recursos, a primeira ata da associação foi registrada em 25 de setembro de 1997.
Na época, esses produtores trabalhavam para o antigo proprietário da então Fazenda Batatal. Porém, com o recebimento de suas terras, passaram a se dedicar ao plantio em suas propriedades e estas famílias passaram a ter como única fonte de renda a comercialização de seus produtos.
O sistema de associativismo foi implantado com objetivo de defender os interesses coletivos, promover e aumentar a comercialização dos produtos. “Desde o início, nosso foco tem sido trabalhar para o desenvolvimento e fortalecimento da nossa agricultura familiar e, com isso, garantir uma vida digna às famílias que passaram a ganhar o sustento em suas propriedades”, enfatizou Regiane.
Atualmente, a Associação conta com 19 famílias associadas. Na localidade, são cultivados produtos como aipim, coco, cana de açúcar, alguns citrus (limão, laranja, tangerina), além de abacate, hortaliças, tubérculos, legumes, ovo caipira e também produtos oriundos de processamento como geleias de frutas, doces, diversos tipos de bolos, farinha de mandioca, farinha de banana, banana passa, pimenta em conservas e outros produtos de acordo com a safra, como é o caso do cupuaçu e da jabuticaba.
A comercialização destes artigos acontece de forma direta, na própria localidade, ou nas feiras agroecológicas realizadas na praça central de Mangaratiba (terças e sextas-feiras) e na Praia do Saco (sábados e domingos). Outra forma de venda é por meio de programas federais como o Programa Alimenta Brasil (antigo PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Com Programa Comunidade Participativa (PCP) 2020, da Vale do Rio Doce, a Associação adquiriu mudas de bananas melhoradas produzidas in vritro das espécies banana prata, banana da terra, banana nanica, banana maçã e banana d’água. “As bananas melhoradas vieram da Bahia, assim como também laranja, tangerina pokan, limão, laranja da terra, mudas de palmito pupunha e açaí. Tivemos o importante apoio do técnico do EMATER-RJ local, Gilcélio Alfredo Alves, para darmos seguimento ao plantio deste experimento de forma mais adequada”, explicou a produtora rural de Mangaratiba.
Os associados foram orientados sobre a climatização das mudas de banana até que elas chegassem ao ponto de ir para o campo. Já em relação às mudas de citros, palmito pupunha e açaí foi feita uma demonstração pelo técnico da Emater-RJ de Mangaratiba no referente ao espaçamento, abertura de cova, uso de calcário e matéria orgânica, irrigação, plantio das mudas e observação quanto ao ataque de formigas.
Regiane falou ainda sobre a gratidão dos associados à União de Associações e Cooperativas de Pequenos Produtores Rurais do RJ (Unacoop). “Nossa parceria com a Unacoop é muito antiga. É uma entidade que trabalha para fortalecer a produção familiar no estado e tem nos ajudado bastante com a compra de nossos produtos para a merenda escolar. Ela também nos abastece de informações sobre nossos direitos, mudanças nas leis; oferece capacitações e cursos ligados à área da agricultura. E ainda auxiliou na logística de transporte de banana que veio da Bahia, pelo programa PCP, da Vale do Rio Doce, ano passado. Temos uma enorme gratidão à UNACOOP por anos de dedicação e carinho com nossa entidade”, finalizou.
Por Larissa Machado
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